Recentemente, tive uma conversa muito bacana sobre os impactos do novo coronavírus com uma community builder que trabalha com a produção de eventos.
Para quem não sabe, eu sou especialista no digital mas simplesmente adoro conhecer builders de comunidades físicas. Sempre aprendo muito e tenho ótimos insights nessas conversas!
O ponto é que, durante o nosso papo, ficou muito claro pra mim o maior desafio que a pandemia do coronavírus trouxe para as comunidades físicas: a dificuldade de construir conexões entre pessoas que antes estavam simplesmente ali e agora não aparecem nem para uma chamada de vídeo.
Para quem estava acostumado a fazer um meetup na cafeteria do coworking e juntar pelo menos 50 pessoas, fazer uma live para 3 participantes pode ser realmente frustrante.
O pessoal da Distrito, por exemplo, está se reinventando para promover cursos e eventos digitais e manter toda sua comunidade empreendedora reunida e conversando.
Já no digital, a maior mudança que observei foi no tipo de engajamento.
As comunidades viraram fóruns de desabafo, com os membros querendo ainda mais atenção e estando muito mais sensíveis às respostas que recebem. Todo dia é um atrito diferente!
Outro ponto foi a necessidade de leveza. Com a difícil realidade trazida pelo novo coronavírus, as pessoas estão buscando na comunidade um espaço de fuga para conversar sobre amenidades e distrair a cabeça.
Se você se identificou com algum desses cenários, aqui vai meu conselho: respeite o processo.
Se você não tem uma comunidade nascida no digital, não trabalhe como se ela já o fosse criando lives a rodo e esperando que as pessoas apareçam.
No digital, se seus membros querem conversar sobre a última série da Netflix, não faça um tópico sobre os índices do novo coronavírus e espere uma chuva de opiniões.
Planeje, teste e veja o que funciona antes de se cobrar resultados. Construir comunidades, afinal de contas, sempre foi e sempre será um trabalho de longo prazo ─ estando ou não numa pandemia.